My (true) baby, the one and only, is back. :)
Let's hope for a happy ending this time.
sexta-feira, 13 de junho de 2008
sexta-feira, 30 de maio de 2008
terça-feira, 20 de maio de 2008
E era uma vez a realidade...
Ela realmente achava que estava fazendo algo certo. Ainda que estivesse agindo muito mais por impulso do que por premeditação.
Já observava o rapaz há muito tempo, mas nunca deixou de ser algo platônico até o momento que resolveu escrever para ele. Foi muito mais natural do que pensado. Foi muito menos planejado, arquitetado. Escreveu como quem conta de si. Com aquele e-mail ela se abria, se declarava de uma forma que nunca fizera antes e que era completamente estranha. Mas cobriu seus temores e foi em frente.
A história foi entregue tão pronta a ele quanto qualquer bom encontro num círculo de amigos. Estava embalada da única maneira que ela sabia fazê-lo. Bonita, bem feita, como o presente que deveria ser. Talvez ele apenas estivesse acostumado demais a histórias frias e sujas, embrulhadas em papel de jornal. Talvez a vida nem sempre tivesse sido simpática com ele. Talvez por isso ele estranhava tanto. Não podia culpá-lo.
Foi bem recebida por ele. Ele encantou-se com o que leu. E transformou algo real, uma admiração concreta, uma vontade enorme de conhecê-lo, de saber mais, em um conto de fadas. Sempre foi realidade, nunca faz-de-conta.
Ela o cortejou, ela deu presentes. Não para conquistá-lo ou seduzi-lo, mas porque sempre se acostumou a tratar assim os homens com quem se relacionava. Novamente o passado deveria pregar truques na cabeça do rapaz. Tão sabido, tão vivido, e talvez tão pouco acostumado a ser bem tratado.
Ela sempre estranhou o modo frio dele muitas vezes. Ela sempre se questionou como alguém conseguia ser tão carinhoso e tão frio em intervalos tão pequenos de tempo. Sua individualidade, tão citada por ele, sempre estava à frente. Ele não tratou a intimidade deles de maneira honesta. E sempre teve a compreensão dela. Sempre.
Ele sabia ser gentil, sabia fazê-la sentir-se bem, acolhida. Mas também ditava regras, escolhia palavras, apoiava-se em estatísticas, opiniões alheias. Ele dizia como gostava das coisas, falava da importância do seu jeito. Avaliava roupas, modas, acessórios. Explicava o que era absolutamente desnecessário, fútil. Gostava para ele do que é moderno, alternativo, bonito. E queria que o mundo o acompanhasse. Perdendo ou não a identidade.
Ela se espantou com situações, estranhou ações. Os sinais eram claros, mas ela insistia em querer fazer dar certo. Esquivava-se de discussões, compreendia as justificativas dele, entendia seu tempo, e seus pedidos que vinham sempre acompanhados de palavras de carinho.
Ligava para ele cheia de dedos. Não entendia como alguém que iniciava um relacionamento podia ser tão evasivo, tão distante e por tantas vezes tão grosseiro. Simplesmente não entendia e, tola, não enxergava nem desistia.
Mas no fim ela já buscava explicações onde não existiam mais. Nas palavras finais dele ela encontrou a surpresa de um fim que não esperava. Nunca fora acostumada a desistir de algo sem tentar. E jamais soubera que o que vinha vivendo era uma mera tentativa. Não havia, mesmo, chance. Na sua explicação ele sugeriu a palavra amigo. E ela se espantou quando olhou dentro dele e viu um imenso precipício. O erro foi dela. Não em tentar, mas em não enxergar.
Via tudo agora do alto de sua torre fria e impessoal. Do alto de seu desprezo vazio. Um desprezo não escolhido, mas imposto por fatos. Talvez nem tanto desprezo, mas com certeza muita indiferença. Vazio, sim, mas não tão vazio quanto o que tivera com ele. Ela sentia-se bem agora. Do alto via com clareza, finalmente. E o que via a deslumbrava. Parecia que finalmente perdia as vendas que não sabia que estava usando. De perto mal enxergara, não havia sequer foco para tal.
A única certeza que tinha do que se passou foi que ela vivera uma realidade, ele um conto de fadas. Ela era real, de carne e osso, ele a fez princesa.
Ela aprendeu que sinceridade de fantasia tem o aconchego de casa de avó, mas cheira a pêlo molhado de lobo. Que essa sinceridade tem um gosto tão doce, quase irresistível, mas é na verdade enjaulada e isolada.
sábado, 26 de abril de 2008
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